Anton Corbijn: "Agora já tenho alguma noção daquilo que estou a fazer"
Finalmente um filme seu sobre fotografia! De alguma maneira, parece que este era mesmo o projeto para si.
Finalmente é uma palavra que não me deixa sossegado. Será o meu filme final!? Mas claro que o interesse nesta história vinha do ângulo da fotografia... Muito mais isso do que o ângulo James Dean.
A revistaLife imprimia algo do real, algo que ficava. Hoje em dia, nesta altura do digital, era bonito aparecer um projeto desses?
Sim, então não era?! Adoro coisas que sejam impressas. Por muito que seja fácil de encontrar coisas na internet, aquela sensação de andar para trás e para a frente nas páginas de uma revista é incrível. É por isso, pela casualidade do acidente de descoberta, que gosto de revistas. Trabalho ainda para revistas porque gosto dessa coisa de acidentalmente alguém se deparar com o meu trabalho.
Ao longo da sua carreira de fotógrafo, quando fez sessões com certas figuras, esses momentos poderiam dar histórias interessantes?
Nem sempre os preparativos para uma sessão de fotografia cria boas histórias, mas aqui em Life, interessou-me que James Dean e o Dennis Stock tenham desenvolvido uma amizade. E essa amizade obviamente era interessante.
Não estou certo até que pouco o Dean quis desmistificar esta situação. No meu caso, quando me perguntam histórias para além das fotografias, não gosto de as contar. Acredito que podem retirar a magia de uma fotografia. A arte fotográfica tem essa coisa de deixar a dúvida nas pessoas de como aquilo foi criado...
Olha para a relação de Dennis Stock e de James Dean como um acidente feliz?
Sim! Foi um encontro do destino. Já tive muitos assim na minha vida, são maravilhosos. Percebo logo quando isso acontece.